quinta-feira, 3 de abril de 2014

O Dia que durou 21 anos


Dias que jamais devem voltar, dias de ditadura e de tortura, dias que não devemos esquecer. O Dia 31 de março de 1964, que culminou no dia 1 de abril (mais conhecido como dia da mentira), com um golpe de estado que encerrou o governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango. O regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1964. Os militares brasileiros a favor do Golpe costumam designá-lo como Revolução de 1964 ou Contrarrevolução de 1964.Em geral, a expressão é associada a defensores da ditadura.
O golpe estabeleceu um regime alinhado politicamente aos Estados Unidos e acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 1964.
Esse ano algo curioso aconteceu, um grupo, ou melhor, algumas células remanescente da ditadura resolveram ir as ruas “comemorar” os 50 anos do golpe fazendo uma marcha denominada “A Marcha da Familia com Deus Pela Liberdade” (contra o comunismo) tentando reeditar o movimento que ocorreu no dia 19 de março de 64 em São Paulo, colocando na rua cerca de 500 mil pessoas, uma afronta ao Presidente Jango que dias antes teria reunido 200mil pessoas para anunciar suas reformas, reformas que até hoje esperamos. O Movimento realizado neste mês  ocorreu em algumas  capitais, resultado, “miou”, pra quem queria uma nova  “contrarrevolução”, não foi desta vez, dava para colocar todos dentro do fusquinha(rs),  atos reuniram menos de dez pessoas em Belo Horizonte, Florianópolis, Natal e Recife; em São Paulo, a adesão foi maior (cerca de 700), mais protesto pareceu uma greve de PMs, tamanha a quantidade de policiais que trabalhavam no ato; marchas ganharam apelido de "Murcha da Família" nas redes. 
Brincadeiras de lado, está é  a nossa história, alguns tem vergonha, outros orgulho, mas a cima de tudo é a realidade, nossa história não é romântica, e recheada de muita luta para chegarmos a democracia, muito sangue de guerrilheiros de cerca de 10 mil torturados, 10 mil exilados e pelo menos 400 mortos por discordar do governo. Até hoje, 144 pessoas estão desaparecidas. Isso não dá para esquecer, um dia que durou 21 anos, que para algumas famílias ainda não tiveram fim, sem saber o que houve com familiares.


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