Com 11 votos contra e 8 a favor, a Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
que visava diminuir a maioridade penal de 18 para 16 anos. Os Senadores do Paraná Roberto Requião (PMDB) e Gleisi
Hofmann (PT) também votaram contra. Sempre inflamado
pela mídia que não poupa espaço na sua programação para fazer campanha velada a
favor da redução Maioridade Penal para 16 anos
a proposta foi declarada inconstitucional pela Comissão, contudo a
Presidenta Dilma sempre se posicionou
contra junto com várias autoridades do judiciário brasileiro que afirmam,”
Reduzir a idade penal não resolve o problema.”, “Reduzir a maioridade penal é
reconhecer a incapacidade do Estado brasileiro de garantir oportunidades e
atendimento adequado à juventude”.
Ainda sim temos a opinião popular a favor da proposta de emenda a
constituição encaminhada pelo Senador Aluizio Nunes (PSDB). Levando em
conta o argumento de que reduzir a idade penal é reconhecer a
incapacidade do Estado de garantir oportunidades e atendimento adequado à
juventude, faz sentido que o partido
que completou 20 no poder no estado de São Paulo
proponha esta ação. “É um tiro no pé”. Tá e a opinião pública ficam onde nisso?
Muitas vezes o cidadão comum não quer saber como o governo vai resolver o
problema, ele quer apenas que resolva ou no mínimo melhore, com este pensamento
prático não acaba dando atenção as consequências das medidas tomadas pelo
Estado. Na redução da idade penal, não é diferente, ainda mais quando o
individuo traz o problema para o lado pessoal mistura a emoção ao senso de
vingança e justiça, como se fossem a mesma coisa.
Homicídios praticados por adolescentes não são tão frequentes quanto
acredita a opinião pública. Para se ter uma ideia, dos atos infracionais
praticados por adolescentes em Belo Horizonte no ano de 2010, apenas 0,3% foram
homicídios. A maioria das ocorrências é por tráfico de drogas (27,2%), uso de
drogas (18,5%), furto (10,7%) e roubo (7,7%) (dados da Vara da Infância e
da Juventude de Belo Horizonte).
As estatísticas não deixam dúvidas de que esse tipo de criminalidade é
reflexo das péssimas condições socioeconômicas desses adolescentes. A solução
simplista de construir cárceres para enjaular a juventude pobre pode até ter um
custo menor para o poder público, mas é como curar o sintoma e não a doença,
este é um problema complexo que precisa ser enfrentado com um investimento
sério no ensino fundamental, médio, superior e com políticas públicas que visem
a engajar os adolescentes e jovens pobres em atividades culturais e esportivas
que os afastem da criminalidade. Muito mais efetivo que ameaçar o adolescente
com penas graves é oferecer condições reais para o mesmo escolher qual caminho
quer seguir.
A solução simplista de construir cárceres para enjaular a juventude pobre pode até ter um custo menor para o poder público, mas é como curar o sintoma e não a doença, este é um problema complexo que precisa ser enfrentado com um investimento sério no ensino fundamental, médio, superior e com políticas públicas que visem a engajar os adolescentes e jovens pobres em atividades culturais e esportivas que os afastem da criminalidade.
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