Antonina

HISTÓRICO:
Os primeiros vestígios de ocupação humana na região de Antonina foram encontrados nos diversos sambaquis existentes no município. Supõe-se que tribos nômades deslocavam-se do planalto para o litoral nos meses mais frios do ano para viverem da pesca e coleta de mariscos. Existem evidências de dois grupamentos humanos distintos que freqüentavam esta região: os primeiros, denominados ‘sambaquis’ e posteriormente os índios Carijós, raça mais evoluída que acabou por expulsa-los para se estabelecer no local.
Sob a luz da colonização portuguesa, entre 1648 e 1654, Antonio Leão, Pedro de Uzeda e Manoel Duarte receberam de Gabriel de Lara, que era Capitão Povoador e Sesmeiro de Nova Vila (Paranaguá), três sesmarias no litoral antoninense, sendo seus primeiros povoadores.
A penetração da costa resultou em 1712 no estabelecimento de Sargento-Mor Manoel Valle Porto em ilha situada no fundo da baía, a qual recebeu o nome de ilha da Graciosa, hoje com o nome de Ilha do Corisco.
No começo do século XVIII, salientava-se na região do sítio da Graciosa, onde Valle Porto passava longas temporadas, dirigido os serviços de mineração e agricultura de seus escravos e administradores. Nos arredores algumas mulheres devotas consagravam culto à Nossa Senhora do Pilar Celebrando todos os anos, a 15 de agosto, festividades em homenagem à santa. Tais festividades eram assistidas por Valle Porto, mineiros, faiscadores e lavradores da redondeza.
Em 1714, D. Frei Francisco de São Jerônimo, bispo do Rio de Janeiro, autorizou a construção de uma capela em homenagem à Virgem do Pilar nesse pequeno povoado. Assim, 12 de setembro de 1714 ficaram considerada a data de fundação da Antonina.
A região ficou reconhecida como Capela, daí seus habitantes serem chamados de capelistas.
A antiga povoação de Pilar foi elevada à freguesia em 27 de fevereiro de 1761, com a denominação de nossa senhora do Pilar da Graciosa.
A freguesia aumentava, e depois de reiterados de Valle Porto e dos moradores, foi à categoria de Vila pela Portaria de 29 de agosto de 1797, do então governador e Capitão General da Capitania de São Paulo, Antonio Manoel de Mello e Castro, com a denominação de Antonina, em homenagem prestada ao Príncipe da Beira, D. Antônio, segundo filho de D. João e de D. Carlota Joaquina.
Em seis de novembro de 1797, no decorrer de grandes festividades, foi a freguesia de Nossa Senhora do Pilar deslembrada da Comarca de Paranaguá e recebeu o nome de Vila Antonina.
Nesta data a vila possuía uma população de 2.300 habitantes. Passou a compreender, então, território desde ilha de Francisco Teixeira inclusive pela parte norte, onde a paróquia confiava até o cume das serras que separavam de Curitiba.
A 21 de janeiro de 1857, pela lei nº14 foi elevada à categoria de Comarca.
O município vivia à sombra de Paranaguá, cidade rival, que procurava por todos meios impedir-lhe o crescimento. O antagonismo entre as duas cidades era tão grande que chegou a ser comparada pelo Capitão de Fragata Barão de Tefé aos desentendimentos, ocorridos na Idade Média, entre Gênova e Veneza, na Itália. O pomo da discórdia era o talento natural dos municípios para as atividades portuárias, Paranaguá – mais antiga forte e poderosa – sempre levou vantagem.
Apesar disso, Antonina acabou virando porto e é em baía que as águas do oceano Atlântico penetram com mais profundidade em todo o território nacional. No início do século, fase de ouro do ciclo da erva-mate, o porto de Antonina chegou a ser o 4º mais importante do país em volume de movimentação de cargas. Foi nessa época que a cidade cresceu rapidamente e pela primeira vez ganhou belos prédios, um teatro e um lugar de destaque no cenário político do estado. A queda na produção do mate e a Segunda Guerra Mundial acabaram por deslocar o centro portuário do Estado para Paranaguá e a cidade que vivia do porto e para o porto começou a declinar aos poucos, ofuscada pelo movimento crescente de Paranaguá – sempre ela – dona de um porto maior, com um canal mais profundo, preparado para receber grandes navios.
Por muito tempo, o carvão mineral empregado nas indústrias do estado, vindo de Santa Catarina, foi descarregado neste porto, sendo que atualmente o mesmo encontra-se novamente ativado.
Ao longo de sua história, Antonina recebeu alguns movimentos colonizadores, deslocavam-se em meados de 1889, os núcleos de Nova Itália, à margem esquerda do rio Cachoeira, Zulmira, no lugar denominado “Morro do Bicho”, Ipiranga, próximo de São João da Graciosa, Saivá, pequena concentração nas imediações da cidade de Antonina, Cacatú, formada por agricultores japoneses, Quatinga e Cachoeira.

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