segunda-feira, 29 de abril de 2013

TodAs As RaZões PaRa DIzer Não!!!

Neste mês veio à tona o tema “Redução da Maioridade Penal”, sempre inflamado pela mídia que não poupou espaço na sua programação para fazer campanha velada a favor da redução Maioridade Penal para 16 anos, entretanto a Presidenta Dilma já se posicionou contra junto com várias autoridades do judiciário brasileiro que afirmam,” Reduzir a idade penal não resolve o problema.”, "Reduzir a maioridade penal é reconhecer a incapacidade do Estado brasileiro de garantir oportunidades e atendimento adequado à juventude".

Em entrevista para o site Estadão o então Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo se posiciona sobre o tema e afirma, “a Constituição prevê inimputabilidade penal até os 18 anos de idade. É um direito consagrado e uma cláusula pétrea da Constituição do Brasil. Nem mesmo uma emenda pode mudar isso. Qualquer tentativa de redução é inconstitucional. Essa é uma discussão descabida do ponto de vista jurídico. No mérito, também sou contra. Mesmo que pudesse, seria contra. Diante da situação carcerária que temos no Brasil, a redução da maioridade penal só vai agravar o problema”.

Ainda sim temos a opinião popular a favor da proposta de emenda a constituição  encaminhada pelo Governador de São Paulo Geraldo Alckmin PSDB,   levando em conta  o argumento de que reduzir a idade penal  é reconhecer a incapacidade do Estado  de garantir oportunidades e atendimento adequado à juventude,  faz sentido que o governador do partido que completa  20  no poder no estado de São Paulo  proponha esta ação?. “É um tiro no pé”. Tá e a opinião pública ficam onde nisso? Muitas vezes o cidadão comum não quer saber como o governo vai resolver o problema, ele quer apenas que resolva ou no mínimo melhore, com este pensamento prático não acaba dando  atenção as consequências das medidas tomadas pelo estado. Na redução da idade penal, não é diferente, ainda mais quando o individuo traz o problema para o lado pessoal mistura a emoção ao senso de vingança e justiça, como se fossem a mesma coisa.
Homicídios praticados por adolescentes não são tão frequentes quanto acredita a opinião pública. Para se ter uma ideia, dos atos infracionais praticados por adolescentes em Belo Horizonte no ano de 2010, apenas 0,3% foram homicídios. A maioria das ocorrências é por tráfico de drogas (27,2%), uso de drogas (18,5%), furto (10,7%) e roubo (7,7%) (dados da Vara  da Infância e da Juventude de Belo Horizonte).

É ilusão acreditar que o simples aumento do tempo de internação vá reduzir os atos infracionais praticados por adolescentes. As estatísticas não deixam dúvidas de que esse tipo de criminalidade é reflexo das péssimas condições socioeconômicas desses adolescentes. A solução simplista de construir cárceres para enjaular a juventude pobre pode até ter um custo menor para o poder público, mas é como curar o sintoma e não a doença, este é um problema complexo que precisa ser enfrentado com um investimento sério no ensino fundamental e médio e com políticas públicas que visem a engajar os adolescentes e jovens pobres em atividades culturais e esportivas que os afastem da criminalidade. Muito mais efetivo que ameaçar o adolescente com penas graves é oferecer condições reais para o mesmo escolher  qual caminho quer seguir.
marcelo.elisio@hotmail.com

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